Estudos de Psicologia (Campinas) e o seu impacto social. Participação de Semana Especial do Blog SciELO em Perspectiva | Humanas

Solange Muglia Wechsler, Editora-chefe de Estudos de Psicologia (Campinas) e professora do curso de pós-graduação em Psicologia da PUC-Campinas, Campinas, SP, Brasil.

Imagem: Arquivo do periódico Estudos de Psicologia (Campinas)

Estudos de Psicologia (Campinas) foi criado em 1983 com a missão de promover e divulgar o conhecimento científico e técnico nas mais diferentes áreas da Psicologia. O periódico está vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia da PUC-Campinas e a partir de 2019 adotou a publicação de fluxo contínuo. Tem recebido continuamente apoio de agências de fomento e não cobra nenhuma taxa de publicação. Por sua vez, seu corpo editorial é composto de pesquisadores nacionais e internacionais do mais alto nível. Além disso, conta com uma equipe de profissionais que auxiliam para atender com rapidez as demandas dos autores e consultores sobre potenciais dúvidas de artigos em fase de tramitação.

Os artigos podem representar os mais diferentes enfoques teóricos da Psicologia, não havendo, portanto, predominância de uma linha teórica sobre a outra. Os manuscritos podem ser submetidos em português, mas depois de aprovados devem ser convertidos para o inglês, a fim de aumentar o seu impacto internacional. Em ocasiões especiais, como agora na situação do COVID-19, será publicado um número especial em português, visando a colaboração da Psicologia para a crise da pandemia que assola todos os países.

Os temas tratados no periódico, por sua vez, visam contribuir para o avanço da ciência sobre problemas que a sociedade brasileira tem enfrentado. Alguns artigos recentes serão comentados, para exemplificar, nesta Semana Especial do Blog SciELO em Perspectiva | Humanas, como descreveremos a seguir, na sua ordem de publicação.

No primeiro dia, o press release “Como é ser caminhoneiro no Brasil? Relações entre autoimagem e trabalho precário”, de João Carlos Messias e Hector Cavieres Higuera, trata a Teoria de Justificação de Sistema no qual busca compreender, a partir de uma perspectiva psicológica, elementos relacionados com a legitimação do ordenamento social, como auto estereótipos implícitos e falsa consciência. No caso dos caminhoneiros brasileiros, foi possível constatar como tais processos dificultam a busca por melhores condições de trabalho.

No segundo dia, o press “Adaptação de novos instrumentos psicológicos para detectar problemas no uso de celulares em brasileiros”, de André Luiz Monezi Andrade, discute que em pleno século XXI, o Brasil tem 70% de seus habitantes conectados a tecnologia de diversas maneiras e como o uso do celular afeta a vida dessas pessoas? Pesquisa teve por objetivo adaptar um instrumento (SAS-SV) capaz de identificar o uso problemático de smartphone em universitários e adultos brasileiros. Aproximadamente 35,3% dos adultos e 42,9% dos estudantes não sabem utilizar devidamente o celular prejudicando sua vida social. Estes achados são importantes, pois mostram alta prevalência de problemas cada vez mais presente na população brasileira.

No press release “Qual a satisfação com a vida de idosos longevos que vivem em domicílios intergeracionais?”, Maria Clara Gonçalves Monteiro de Oliveira e Henrique Salmazo da Silva, apresentam que a população idosa com 80 anos é a que mais cresce no Brasil e no mundo. No contexto dos domicílios, o papel familiar assumido pela pessoa idosa influencia o seu estado de humor e a preservação da funcionalidade. Para analisar essa e outras questões, estudo investigou se o arranjo do domicílio (morar só, acompanhado por uma ou duas gerações, ou três gerações) tem associações com variáveis de desempenho funcional, satisfação com a vida, humor e suporte social em idosos longevos residentes no Distrito Federal.

O terceiro dia traz o press release “Disciplina e motivação fazem a diferença na aprendizagem autorregulada”, de José Aloyseo Bzuneck, que avalia a adoção de estratégias de aprendizagem por estudantes universitários ingressantes, que formaram quatro grupos homogêneos. Concluiu-se que somente o grupo de estudantes altamente regulados apresentou escores mais altos na orientação motivacional à meta de realização domínio.

No post “O papel dos professores no desenvolvimento socioemocional do estudante” de Felipe Valentini, o questionamento é: Como desenvolver habilidades socioemocionais? Quem ensina? Embora as respostas estejam abertas ainda, estudo enfocou essas questões, desenvolvendo uma ferramenta para avaliação do suporte recebido na escola para habilidades não cognitivas. O instrumento busca avaliar o ‘clima’ socioemocional da relação aluno-professor.

O quarto dia apresenta o press release “Comportamento antissocial tem um papel impactante na vida de crianças dos 6 aos 11 anos”, de Inês Isabel Mendes de Castro Coelho, Ana Cristina Neves e Sónia Caridade, e revela a importância da prevenção primária e da identificação de prioridades de intervenção, focadas, essencialmente, nas diferenças entre sexos, contextos e populações em crianças em idade escolar, dos seis aos onze anos, com comportamentos antissociais. Neste sentido, a prevenção e intervenção realizadas num período precoce na vida das crianças, permitirá a redução dos comportamentos delinquentes e criminais no futuro.

Ainda neste dia, o post “Mudei de escola, e agora?” de Cynthia Cassoni e Edna Maria Marturano, relataram como as mudanças de escola acontecem na vida dos estudantes. Como eles lidam com os desafios de deixar o conhecido e enfrentar o novo? Acompanhando crianças na transição do Ensino Fundamental, pesquisa revelou que os estudantes respondem diversamente à mudança de escola, conforme a ecologia das escolas de origem e destino.

O último dia da Semana Especial, nos brinda com o press release “Existem diferenças de gênero entre os bolsistas produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)?”, de Suzane Carvalho da Vitória Barros e Luciana Mourão, que comparam, por gênero, a distribuição e a produção científica de docentes da Pós-Graduação stricto sensu e evidenciam prevalência feminina nas áreas como: Ciências Humanas e Linguística, Letras e Artes e prevalência masculina nas Ciências Exatas e da Terra e Engenharias; e diferenças de gênero a favor dos homens nas bolsas produtividade. Conclui-se assim, por uma redução das disparidades de gênero na ciência.

Por fim, o press de encerramento “Estudos de Psicologia (Campinas) e perspectivas de futuro”, de Solange Muglia Wechsler, revela as conquistas e os desafios do periódico em busca de melhorias do seu índice de impacto e visibilidade na comunidade científica internacional destacando a importância da publicação dos artigos em inglês e dos preprints.

Gostaríamos de agradecer ao Blog SciELO em Perspectiva | Humanas, pela oportunidade de divulgar os artigos de 2020 do periódico Estudos de Psicologia (Campinas) e aos autores(as), consultores(as), editores(as) associados(as) e equipe editorial que têm contribuindo na missão de avançar e divulgar o conhecimento científico em Psicologia, assim como colaborar nas reflexões das questões psicológicas envolvidas nos problemas enfrentados por nossa sociedade.

A seguir, assista ao vídeo de abertura da Semana Especial pela editora-chefe Solange Muglia Wechsler.

Link externo

Estudos de Psicologia (Campinas) – ESTPSI: www.scielo.br/estpsi

Sobre Solange Muglia Wechsler

Psicóloga, Doutora pela University of Georgia (EUA, 1981) e pós-doutorado pelo Torrance Center of Creative Studies (1990). É professora da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, tem uma vasta publicação em artigos, livros e testes psicológicos. Suas linhas de pesquisa envolvem a construção de testes psicológicos e desenvolvimento de programas para as seguintes áreas: criatividade, inteligência, talentos, estilos cognitivos, liderança, altas habilidades, superdotação, temperamento e psicologia positiva. E-mail: wechsler@puc-campinas.edu.br (http://lattes.cnpq.br/8649532766623043)